20 de dez. de 2012

"O dia da Novidade" - J.M. Jenkins sobre T. Mckenna



Terence McKenna foi um brilhante orador e celebridade pop que colocou-se audaciosamente em primeiro plano como defensor das drogas psicodélicas. Tendo nascido no Colorado e atingido a maioridade na déca­da de 1960, em Berkeley, na Califórnia, McKenna concluiu em 1969 o bacharelado em ciências, com especialização em ecologia e conservação no Tussman Experimental College, uma extensão da UC Berkeley que teve vida curta. Em seguida viajou extensamente pela Índia, pelo Sudeste Asiá­tico e pela América do Sul em busca de xamãs e plantas alucinógenas. O termo "drogas psicodélicas" é enganador. Terence defendia uma maior so­fisticação na maneira como as drogas são categorizadas e discutidas. De­sempenhou um papel de formação em um novo campo de estudo chamado etnomicologia, o estudo da interação entre cogumelos psicoativos, a cultu­ra e a consciência humana.
A mente poderosa e abrangente de Terence possibilitou que ele fun­cionasse em muitos níveis. Ele era ao mesmo tempo filósofo visionário, etnomicologista pioneiro, preservacionista botânico, orador de improviso, escritor, trovador do logos, explorador do mundo e xamã das esferas inte­riores. O seu trabalho merece uma abordagem abrangente, que não posso empreender aqui, mas ao nos concentrarmos na sua teoria da Novidade[1] conseguiremos entender o seu trabalho com 2012 e como várias ideias se tornaram firmemente agregadas a 2012. Em The invisible landscape, livro que Terence escreveu e publicou junto com o seu irmão Dennis em 1975, tomamos conhecimento da singular experiência que eles realizaram na Colômbia em 1971. Essa experiência deu origem à elaboração da teoria da Novidade. Os irmãos McKenna tinham viajado com vários amigos para a Colômbia em busca de uma exótica planta alucinógena chamada uruqué. Em vez dela, encontraram campos de cogumelos que continham psilocibina.
Depois de passar várias semanas excursionando e colhendo amostras, Dennis elaborou um plano experimental: em uma determinada noite, eles comeriam os cogumelos e Dennis induzia um salto visionário cantarolando vigorosamente, de boca fechada, em um tom agudo. O catalisador vibrató­rio do zumbido, teoricamente, o abriria para memórias coletivas e verdades universais que supostamente residem no DNA. Esse era o plano. Terence narra a experiência em La Chorrera no seu livro True hallucinations, publi­cado em 1993:
                                                      
Enquanto eu observava a minha mente e ouvia os sons ininteligíveis do meu irmão, comecei a compreender que a experiência havia desencadeado uma espécie de efeito estranho. Pergunto a mim mesmo por que foi tão fácil para mim saltar da idéia de que estávamos tendo uma experiência localizada peculiar para a de que éramos partes importantes de um fenômeno de âmbi­to planetário?... A alucinação induzida pela psilocibina fez com que o im­possível e o improvável parecessem prováveis e razoáveis. Fui invadido pelo êxtase quando me dei conta de que tínhamos cruzado o ponto Omega, que estávamos agora funcionando nos primeiros momentos do milênio.

Deve ser difícil para o não iniciado digerir o que se passa dentro dos desbravadores que avançam trôpegos pelo território inexplorado da Mente. Mas o fato é que alguma coisa de fato aconteceu, e embora Dennis acabas­se abandonando a sua viagem alucinógena, Terence foi lançado em uma dança contínua com o I Ching (um antigo oráculo chinês), desenvolvendo o seu conteúdo secreto por meio de operações matemáticas inspiradas pelos lampejos intuitivos que ele estava recebendo por intermédio dos cogumelos. O I Ching lhe pareceu conter antigas ideias sobre a natureza do tempo. Terence encontrou idéias correspondentes na obra do filósofo Alfred North Whitehead, cujo termo "concrescência" se encaixava perfeitamente no que Terence estava vendo, alguma coisa na natureza do tempo que fazia com que eventos desconexos ao longo da história se acelerassem e conver­gissem em um momento preciso no futuro não muito distante. Essa con­vergência totalizada tornaria imanente, ou revelaria no agora, o eschaton, o "objeto transcendental no final do tempo". O termo eschaton deriva de pes­quisas do Oriente Médio relacionadas com a escatologia, o estudo dos finais últimos de todas as coisas.
Terence apresentou a ideia de que o tempo não é uma constante e que possui diferentes qualidades que tendem ou para o "hábito" ou para a "no­vidade". Essa ideia contraria uma premissa fundamental da ciência ociden­tal, ou seja, de que a qualidade do tempo é constante. Uma experiência realizada na terça-feira deve ter o mesmo resultado que uma experiência idêntica realizada na sexta-feira, desde que todas as outras condições per- maneçam as mesmas. A fluidez do tempo e o avanço de ocorrências novas ou originais eram o que interessava a Terence e a sua percepção de que a novidade estava aumentando com o tempo envolvia algo profundo: o tem­po e a história estavam se acelerando e aproximando-se de um ponto cul­minante. De acordo com os antigos taoístas chineses, a mudança talvez seja a única constante na natureza, mas a mudança estava se acelerando.
Ao longo de um inspirado período de pesquisas no início da década de 1970, Terence formulou uma forma de onda matemática baseada nas 384 linhas de mutação que formam os 64 hexagramas do I Ching. Cada um dos 64 hexagramas contém seis linhas, cada uma sendo inteira ou in­terrompida. Quando consultamos o I Ching como um oráculo tradicional, construímos sequencialmente essas linhas binárias de baixo para cima. Quando terminamos, podemos procurar o nosso hexagrama no I Ching: o livro das mutações e consultar a interpretação. A sequência na qual os 64 hexagramas estão ordenados, conhecida como sequência do Rei Wen, parece aleatória, mas Terence fez uma análise do "grau de diferença" entre cada hexagrama sucessivo e encontrou uma anomalia estatística que suge­re que, por alguma razão, a sequência Ken Wen era um constructo inten­cional. Com os graus de diferença codificados em valores numéricos, Te­rence foi capaz de traçar uma onda, que se tornou a Onda do Tempo da Novidade.[2] O seu amigo Peter Meyer elaborou a fórmula e o software de computador, possibilitando que eles a colocassem em gráfico e investigas­sem a sua dinâmica.
Terence observou que a onda do tempo exibia uma qualidade de "se­melhança idêntica". Ela se expandia como um padrão fractal no qual se constatava que a forma de uma pequena seção considerada da onda era idêntica à forma de uma seção maior da onda. Como a onda exibia o fluxo e refluxo da novidade dentro do tempo, Terence chamou essa modelagem fractal do tempo de Ressonância Temporal. Significava que intervalos maiores, ocorridos havia muito tempo, continham a mesma quantidade de informações que intervalos mais curtos, mais recentes. A história estava sendo compactada, estava avançando mais rápido. E o processo tinha que ter um fim.
A analogia de Terence com o jogo de tetherball descreve habilmente o processo de aceleração: uma bola amarrada a um poste vai girar bem devagar, mas à medida que a corda for se enrolando em volta do poste e a bola ficar mais perto dele ela começa a girar cada vez mais rapidamente. Quanto mais próxima do centro a bola vai ficando, mais rapidamente ela é puxada na direção dele. O ponto central é quando a bola teoricamente atinge uma velocidade infinita. Na verdade, a forma de onda matemática não descreve realmente uma aceleração constante; o padrão staccato ascendente e descendente da onda implica uma contínua flutuação entre o hábito e a novidade. No entanto, a cada iteração a onda se inclina na direção da infinita inovação. A tendência da média aritmética é de crescente novidade, vivenciada como uma mudança acelerada. Uma das exigências da teoria da Novidade é, por­tanto que a inovação infinita será alcançada em uma data específica.
Terence desconfiava que seria possível identificar eventos notáveis na história que o ajudariam a localizar a data final da onda do tempo. Tomou a explosão atômica de 1945 como um evento extremamente inovador na história humana e o sinal de que uma fase final havia começado, um sub-padrão fractal de 67 anos da totalidade da onda. Desse modo, somou 67 a 1945, e 2012 foi um possível ano-alvo. O crescimento populacional, o pico do petróleo e as estatísticas da poluição apontavam para o início do século XXI. Em The invisible landscape, Terence menciona o ano de 2012, mas não aprofunda o nível de precisão. Mais tarde admite que o seu cálculo original tinha sido 17 de novembro de 2012, mas depois de tomar conhecimento do calendário maia e da data final de 21 de dezembro reajustou a forma da onda e constatou que 21 de dezembro era uma data ainda mais adequada. Assim sendo, o modelo de Terence ficou para sempre correlacionado com a data final do ciclo de 13 Baktuns do calendário maia de Conta Longa.
Embora Terence mencionasse às vezes os maias em vários contextos, em geral devido ao xamanismo psicoativo deles, o fato de a sua Onda do Tempo também apontar para o término do ciclo do Conta Longa maia foi meramente uma confirmação que apoiava a sua teoria. Ao refletir certa vez sobre o tema, Terence observou que tanto ele quanto os maias eram entu­siastas dos cogumelos com psilocibina e se perguntou se, de alguma manei­ra, isso poderia explicar por que tanto o seu sistema quanto o calendário maia apontavam para 2012.
Nas centenas de entrevistas e discursos gravados de Terence, muitos dos quais estão livremente disponíveis na internet, encontramos escassos detalhes a respeito do calendário maia. Na realidade, a extensão do ciclo de 13 Baktuns é erroneamente informada como sendo de 5.128 ou 5.200 anos. Os motivos pelos quais o calendário maia aponta para 2012 não estavam entre as coisas que ele pesquisava. No entanto, o alinhamento precessional do Sol da galáxia (o alinhamento galáctico) estava presente em The invisible landscape, mencionado de uma maneira breve e indireta. Na sua introdução ao meu livro Maya Cosmogenesis 2012, Terence apro­veitou a oportunidade para oferecer detalhes sobre uma recomendação sua no sentido de que fosse feita uma investigação adicional do alinhamento galáctico:

Existe alguma base científica para a idéia de que quando o amanhecer do solstício do inverno "se postar no centro galáctico poderão ser esperados efei­tos físicos incomuns? Hoje a ciência responde com uma negativa. Entretan­to a ciência, ao contrário da religião, está sempre crescendo, revisitando e revendo as suas simplificações passadas... O destino humano e o drama mais amplo da galáxia estão de alguma maneira interligados? Pode ser difícil provar a existência de mecanismos acoplados, mas a elucidação de mecanismos sutis de acoplamento é o que a nova ciência da dinâmica está destinada a fazer.

Como acontece com tanta frequência no processo por meio do qual as ideias se transformam em avanços revolucionários, a chave para o enten­dimento de 2012 foi observada mais cedo como uma singularidade, mas foi desconsiderada. Afinal de contas, alguém poderia notar tanto o alinhamen­to quanto a data final, mas não acreditar que eles estivessem próximos o suficiente um do outro no tempo. Essa seria uma conclusão à primeira vista que, depois de uma certa reflexão, poderia ser descartada, principal­mente porque o alinhamento poderia ser concebido como um intervalo que se estende ao longo de pelo menos 36 anos.
Além disso, como seria possível provar que os maias tinham a intenção de que a sua data final tivesse como alvo o alinhamento? Esse simplesmen­te não era um tema que Terence estava interessado em desenvolver; ele requer um envolvimento a longo prazo com uma cuidadosa pesquisa de muitas áreas diferentes do pensamento e da tradição maias. Entretanto, os meus interesses iriam se encontrar com esse conceito do alinhamento e, em 1992, eu já estava envolvido com ele. E Terence tem o mérito de ter esti­mulado o meu trabalho, embora eu questione o seu requisito de que algo drástico e repentino deverá ocorrer no dia 22 de dezembro de 2012. (Te­rence frequentemente usava 22 de dezembro, talvez porque esse seria o "primeiro" dia da nova era.)
Outra idéia que propus a Terence nas nossas conversas — e ele esta­va sempre disposto a discutir ideias — baseia-se na noção de que o fluxo do tempo é subjetivo. A nossa experiência do tempo, rápida ou lenta, é função do nosso estado mental na ocasião. Esse fato pode ser observado nos relatos das pessoas mais velhas, para quem o tempo parece passar muito depressa. Quantas vezes a vovó não disse: "Nossa, parece que acabei de acordar e já está na hora de ir para a cama" ou "Parece que o Natal passado foi ontem!"
Existem razões neurológicos genuínas para essa experiência das pessoas idosas, baseadas no processamento de informações sináptico do cérebro, que se desacelera com a idade. Poderíamos dizer que a largura de banda se estreitou e, portanto, os eventos (tempo) precisam passar através de um canal menor. A consciência restringida dessa maneira sente que o tempo está passando mais rapidamente. Os visionários que experimentam o êxta­se, contudo, passam por um processamento cerebral mais elevado e intenso, uma dilatação da largura de banda, o que resulta em uma desaceleração do tempo. Quando essa desaceleração é tão intensa que a experiência do fluxo do tempo cessa, a porta para a eternidade se abre. Eternidade não é um longo período de tempo e sim a cessação do tempo.
O estado de estar profundamente apaixonado oferece outro exemplo. Quando duas pessoas estão tendo uma experiência de pico íntima, o cora­ção e a mente (até mesmo os olhos) se dilatam. Pode ser uma experiência profunda na qual, ambas sentem que ingressaram, juntas, em um refúgio sagrado e detectaram um vislumbre da eternidade. Esta última é a expe­riência da cessação da passagem do tempo, tempo que foi desacelerado porque a mente e o coração estavam completamente abertos ao amor. A expansão da consciência que frequentemente ocorre após a ingestão de plantas psicoativas também pode proporcionar a experiência de vislumbrar o infinito ou a eternidade, como informaram os que passaram por ela. Nas antigas religiões de mistério, a experiência era uma iniciação nos Mistérios eternos.
Descrevo a seguir a experiência de pensamento que compartilhei com Terence. Imagine que a sua consciência é uma mangueira de jardim. Uma mangueira com um diâmetro maior significa uma consciência mais ampla. A água que flui através da mangueira representa eventos que ocorrem no tempo. O volume de água que deseja passar através da mangueira represen­ta o número de eventos que estão passando pela mente. Mesmo que essa quantidade permaneça constante, a velocidade na qual a água passa através da mangueira (a mente) depende do quanto a mangueira está dilatada ou comprimida. (Se apertarmos a extremidade da mangueira, a água flui mais rapidamente e com mais força.) Esse modelo propõe que a nossa mente determina se o tempo se acelera ou não.
A aceleração do tempo pode não ser uma propriedade inerente da história, a consequência necessária da passagem do tempo, podendo também ser o resultado de uma crescente contração da consciência. Essa ideia ad­quire significado se considerarmos a antiga doutrina hindu das Eras do Mundo, as Yugas, na qual cada Yuga sucessiva se caracteriza por uma diminuição da espiritualidade, uma contínua restrição da consciência. O tempo se acelera porque a consciência se fecha. Se a velocidade da passagem do tempo é, de fato, uma função da dilatação da consciência, então a acele­ração do tempo é um resultado direto da contração coletiva da consciência (a separação de um contexto espiritual mais amplo e a ascensão do mate­rialismo) que o fim de um ciclo histórico ocasiona.
Terence era fã da obra de Teilhard de Chardin, cujo Ponto Omega e conceitos da noosfera também influenciaram José Argüelles (o conceito da "tecnosfera"deste último é um tipo de noosfera tecnológica). O trabalho de Chardin aplica basicamente a evolução darwiniana ao desenvolvimento espiritual. Foi uma tentativa de unir a ciência à teologia espiritual. Chardin era um padre-cientista jesuíta. O seu conceito do Ponto Omega propunha que a humanidade estava se aproximando da consciência em um nível mais elevado, de um salto extraordinário para um novo nível de complexidade organizacional, da mesma maneira como as células criam um órgão e os órgãos trabalham em conjunto no organismo.
O Ponto Ômega é bastante semelhante à Singularidade de McKenna, o seu "objeto transdimensional" que supostamente nascerá da concrescência que terá lugar em 21 de dezembro de 2012. Esse novo estado de exis­tência toca e reflete mais intimamente o estado fundamental infinito e eterno do qual se originou. Dessa maneira, os seres evoluem para progressivamente refletir de uma forma mais plena o seu Criador infinito. Uma objeção ao modelo de Chardin, que igualmente se aplicaria ao de McKenna, é que o infinito não pode de modo nenhum "evoluir". Ele já está presente, latente, e nada no conteúdo do processo histórico é capaz de "construí-lo". É mais exato pensar nele como sendo progressivamente revelado. De que outra maneira poderemos explicar as visões interiores dos místicos que vislumbraram a eternidade? A idéia de Darwin é um processo ascendente, de baixo para cima, de novas formas e espécies que evoluem ao longo do tempo. Chardin acrescenta uma peculiaridade ao sugerir que os níveis discretos preexistem na própria arquitetura do universo, assim como os elétrons tendem a se agrupar em órbitas definidas ao redor do próton, fornecendo-nos elementos previsíveis definidos por leis. Mas ainda assim trata-se de um darwinismo espiritualizado no qual as mutações resultam em um ser plenamente consciente da sua base e origem eternas. No en­tanto, eis a principal diferença: para Chardin, assim como para Terence, o processo era teleológico, o que significa que é puxado para a frente pelo estado final e não empurrado por trás, ao longo do tempo, pela evolução histórica.
Esse conceito descendente, top-down, de cima para baixo, é uma das ideias fundamentais da Filosofia Perene, uma visão do cosmo inspirada pela experiência direta da verdade universal. Essa perspectiva da espiritualidade é encontrada, por exemplo, na sabedoria metafísica ensinada por Suhrawardi, sábio persa do século XII. Trata-se de um eco das Ideias preexistentes de Platão, que estão um pouco mais próximas do conceito de que toda mudança descende de cima, da esfera espiritual imaterial que se derrama sobre as esferas inferiores de manifestação física. A idéia é estranha para o cristianismo, exceto para as suas formas mais esotéricas, sendo no entanto fundamental para a metafísica islâmica e oriental. Na realidade, a teleologia ameaça a causalidade, a essência do princípio de causa e efeito da ciência ocidental, motivo pelo qual ela é execrada.
A fim de não irritar demais os sacerdotes do cienticismo, tanto McKenna quanto Chardin tentaram discretamente incorporar aos modelos defi­cientes da ciência ocidental certas antigas ideias perenes relacionadas com a maneira como o tempo e a consciência efetivamente funcionam. No en­tanto, introduzir percepções orientais em receptáculos construídos pela mente ocidental é como tentar espremer o oceano em uma garrafa. As implicações do Ponto Omega, da Singularidade e da 2012ologia requerem uma revisão radical da abordagem da filosofia ocidental da realidade. Em poucas palavras, a consciência não evolui; ela recorda, ou desperta, para o seu pleno potencial. Com base nessa perspectiva de cima para baixo, o cé­rebro físico evolui a fim de acomodar a mente desperta.
O meu amigo Curt Joy assinalou que Terence mencionou, em uma ou outra ocasião, praticamente tudo a respeito de 2012, de modo que não é realmente possível associá-lo a uma posição oficial, especialmente porque ele não está mais conosco para poder participar de um diálogo. A sua teoria, contudo, é mais conhecida por duas coisas: o tempo se acelera e alguma coisa definida vai acontecer no dia 21 de dezembro de 2012. Já abordamos a não reconhecida fonte subjetiva da experiência do tempo que se acelera. No outro ponto, o futuro pode ser predeterminado, mas a nossa experiência subjetiva dele não o é. Assim sendo, a ideia de um "algo" definido, previsível, acontecer para todos nós especificamente no dia 21 de dezembro de 2012 parece incrivelmente irrealista.
É possível que, para Terence, a ideia tenha feito sentido como uma projeção da repentina "ruptura de plano" vivenciada na expansão psicodélica. Projetada no processo histórico, uma ruptura de plano global deveria ocorrer no momento exato em que as moléculas de eventos do tempo caís­sem em avalanche na glândula pineal central da nossa consciência coletiva. Em outras palavras, a expansão visionária vivenciada pelo xamã talvez tenha se tornado, para Terence, um modelo para uma expansão coletiva de uma consciência superior. Essa ideia talvez encerre alguma verdade, mas o prin­cipal problema relacionado com essa conjuntura é, na minha opinião, o papel do livre-arbítrio individual.
O aviso que eu gostaria de dar aqui aos recém-chegados é que a ideia de que alguma coisa ocorra, de repente, no dia 21 de dezembro de 2012 é altamente improvável. Pessoalmente, não acredito que isso esteja embutido na arquitetura de eventos externos da maneira como Terence expôs na sua teoria da Novidade. Analogamente, a experiência do tempo que acelera provavelmente tem mais a ver com o estado da nossa consciência do que com o transbordar de eventos externos na história.
Finalmente, gostaria de apresentar uma variação confusa da teoria da Novidade de Terence. Usando um dos termos prediletos de Terence, é realmente um enigma. A sua teoria da Novidade, ou teoria Time Wave Zero, descreve uma intensificação de eventos inovadores ou novos à medi­da que nos aproximamos de 2012. Ao examinar os eventos históricos, Te­rence percebia a novidade aumentando quando eventos fora do comum ou inesperados aconteciam. A queda do Muro de Berlim, por exemplo. Assim sendo, o evento inovador supremo, a ocorrência mais estranha e inesperada, deverá ocorrer em 21 de dezembro de 2012 — e esse evento seria a própria teoria falhar, ou seja, com uma grande rotina do dia a dia tendo lugar. Mas, com o dia decisivo ocorrendo dessa maneira, a teoria então instantanea­mente se confirma. O grandioso Nada em Particular no final do tempo seria a coisa mais inesperada e inovadora que possivelmente poderia ocorrer, de acordo com a própria Teoria da Novidade. O seu fracasso provaria a sua eficácia. Isso é um enigma. Espero que Terence esteja sorrindo da minha idéia em algum lugar.


[1] Teoria também conhecida no Brasil pelo nome original de Time Wave Zero. (N. da T.)
[2] No original, Novelty Time Wave. (N. da T.)

(Do livro "2012 - A História" de John Major Jernkins - Larousse)

4 de set. de 2012

Uso de plantas de poder










Matéria vinculada na revista Planeta em Outubro de 1975.

14 de mai. de 2012

Conexão ZosKia – Aliens

   O contato imediato entre Magos e os seres de fora de nosso mundo é um fato há muito conhecido pelos interessados em Ocultismo.

   Quer seja o ser contatado do Espaço Sideral ou procedente de Espaços Interiores, eles representam em si aspectos da consciência que são a síntese do próprio Universo e que talvez seja o que há de perene nele: informação & dissolução, o velho jogo entre Thanatos e Eros.

   Sendo assim, cada magista que contata esses seres de outros mundos impregna de si a própria manifestação exterior do ser contatado. Isso explicaria o que seja popular e, digamos, erudito, em se tratando de contatos.

   Essas visões e manifestações diferentes revelam também um pouco mais como a vida em seus diversos graus de evolução e consciência se dá como fenômeno e provam, talvez, que o próprio ser humano já fora alienígena à este mundo.

   Sejam deuses, anjos, demônios, gnomos, supermáquinas, todas estas visões foram se expressando de acordo com o lugar, época e pessoas que com elas fizeram contato.
   A interpretação que trata esses seres como Alienígenas, no atual sentido que compreendemos o termo, sempre existiu desde o antiqüíssimo passado. É o que vemos expressado, por exemplo, na Cabala e seu design de mundos interconectados; no Egito com seus deuses zoomórficos; no conhecimento sideral destes mesmos egípcios assim como dos Maias, dos Dogons da África, dos deuses astronautas dos Astecas, os seres divinos do Bön Po e da tradição Lamaista do Tibet relatado por Lobsang Rampa; assim como mais remotamente, na Suméria e sua tradição Tiphoniana.
   Aleister Crowley e sua filosofia-mágicka, chamada Thelema, pertence à essa tradição Sumeriana, uma corrente mágicka que teve John Dee como antecessor direto de Crowley, como perscrutador de seus mistérios e busca de contato com seres ditos angelicais.

   E tanto Crowley como seus contemporâneos, principalmente aqueles que se engajaram nas fileiras renovadoras do que foi Thelema então, adentraram em uma verdadeira orgia de relações com seres alienígenas particularmente designadas então de “Inteligências Praeter-Humanas”.

   No livro “Aleister Crowley e o Deus Oculto” Kenneth Grant escreve que Aleister Crowley “estava ciente da possibilidade de abrir portais espaciais e admitir a existência de uma corrente extraterrestre na onda vital do ser humano”, e que ao contrário do que outros iniciados de sua época chegavam a crer, essas forças não eram más e não queriam destruir a raça humana, mas investiam na expansão e evolução da consciência humana para torná-la cósmica, como salienta Robert Anton Wilson, que em seus escritos expõe tais conexões cósmico-consciência-thelemicas
   Essa corrente leva consigo personagens como Ron Hubbard, Jack Parsons, Charles Stanfield Jones, Dion Fortune, Austin Osman Spare; assim como os expoentes mais recentes do ocultismo que inclui principalmente Kenneth Grant, Michael Bertiaux, tudo, pode-se dizer, seguidos de refrões de sucesso de Raul Seixas em parceria com Marcelo Motta.

    Não podemos deixar de citar o background dos contos de H.P. Lovecraft que se interpenetra com H.P. Blavlastsk dando em J.J. Benitez, etc... Pensadores que fundiram espiritualidade e ufologia.

    Dentre todo o rol de magistas que tentaram contatos com seres extraterrestres, talvez aquele que tenha destilado a visão mais estranha destes seres alienígenas foi Austin Osman Spare.

   Encarando estes Aliens como seres interdimencionais, os quais viajam pelas frestas dos Universos, da matéria, do espaço, do tempo e da consciência, eles podem também podem possuir corpos como forma de traficar entre mundos sensações, conhecimento, energias e todo tipo de coisas que se pode trazer dos sonhos à carne e levar do Ser ao Não-Ser e vice-versa.

   A forma dos seres que se expressaram à Spare se aproxima bastante da descrição de entidades como o Mothman, que fora pesquisado por John Keel, ou como os alienígenas nomeados de Greys da casuística OVNI; seres extraterrestres que se relacionam intimamente no nível conciência-carne-medo-vácuo-matéria-caos...

   Seres sem nenhum vestígios de causalidade ou moral humana, seres que não podem ser compreendidos através da lógica, alcançando seus particulares objetivos somente se usando da loucura ou da crença cega que reflete a impotência da inteligência humana diante de tão dês-aforado lócus de ação por parte deles.

   Particularmente em se tratando da criatura conhecida como Mothman que fez “fama” em suas aparições nos EUA no fim da década de 1960, é sabido que houve aparições deste em Londres nos idos do final do Século 19, mas precisamente na região de
Piccadilly Circus Station, no centro de Londres.

   O que fazia lá, como fora atraído para o lugar, é como sempre uma questão que o pensamento humano comum não tem como responder, e talvez só se responda pela lógica da mística ou da própria loucura.
   Esses seres “entremundo” recordam-nos muito também os seres dos contos de Lovecraft, ligação que Kenneth Grant fez remetendo-se até a Anciã Paterson, iniciadora de Austin Osman Spare no culto da feitiçaria. Esses seres são feitos da mais pura essência do Necronomicon, o guia cósmico das aberrações interestelares. Seres, assim como a caracterização do Mothman feito por John Kell, parecem se alimentarem do próprio medo humano, vampiros psíquicos que se nutrem de emoções. Seres assim são citados inclusive pela tradição de alguns discípulos de Carlos Castãneda.
   Tais parâmetros de contato e de seres, acrescido ao caráter especial de Austin Osman Spare, traz à tona o quanto mais tenebroso e intrínseco é o Fenômeno Alien e sua relação com o fator humano.

   É uma emanação que abarca Sexo, referência da lembrança humana de deuses, anjos e todo tipo de seres que desejaram e copularam com “as filhas dos homens”. Há também o congresso sempiterno da Carne que relembra o contato Alien carregado de mutilações e experiências cientificas com corpos humanos e animais, espécies de “êxtases feios”.

   Austin Osman Spare sempre aventa também o papel da Medicina, da Ciência, do Vírus, o que aproxima as referências aos agentes da desinformação no mundo OVNI, sempre munidos de tecnologia avançada e táticas de combate mental. Falamos dos misteriosos interventores conhecidos como Homens de Preto (MiB) e sua proximidade com os Irmãos Negros (Black Brothers), humanos que dedicam sua existência à construírem no Astral a engenharia necessária para a permanência indefinida de seu Ego (EU).

    Em suas obras de arte, Spare retrata paisagens estranhas, de outros mundos onde habitam seres de uma estranheza inumana, parecendo seres vistos pela lente distorcida da mente que não os compreende em sua perfeição, uma carência estética humana talvez, ou simplesmente a distorção da compreensão máxima.

   Kenneth Grant escreve em “O Estranho Espírito de Zos vel Thanatos”, referente à Spare e o Culto de Zos Kia:

“...Há um certo estado de consciência caracterizado por uma estranha perichoresis em que os sentidos mundanos, exaltados e infundidos com a Vontade magickamente carregada, i. e., dirigida, atraem influencias misteriosas do exterior.

   A interação de elementos deste mundo com elementos de outro criam uma realidade ultradimensional Universo conhecido como Meon que só os artistas (ou Magos) mais sensíveis são capazes de responder de forma criativa...

   Na obra que Spare busca representar aquilo que talvez seja o ponto de partida de sua inspiração místico-artística, tal obra é “Isis Sem Véu”, a figura dos mitos egípcios que representa o Infinito Espaço de Infinitas Estrelas, a morada dos Aliens.
    Enquanto que no livro-mor de Thelema, o Líber AL vel Legis (de 1904), já são explicitas as referências à alienígenas, outros mundos, tecnologia nuclear, et. al, já nos escritos de Spare tais referências são muitas das vezes subentendidas pelo véu da mística particular do Culto de Zos Kia.

    Assim podemos traçar uma linha de influência extraterrestre vindo através da Anciã Paterson, trazendo consigo a sabedoria de uma corrente mágicko-alienigena proveniente das paragens da América do Norte que fora herdada pelos nativos aos quais pertencia a anciã bruxa, tradição esta registrada pavorosamente nos escritos de Lovecraft e da qual Kenneth Grant pesquisou e descobriu ligações.

   A Sra. Paterson, como era usualmente chamada por Spare, migrou dos Estados Unidos para a Inglaterra, talvez fugindo do ambiente hostil de caça às bruxas das terras da outrora colônia, e então transmitiu ao jovem Spare essa diligência de outros mundos.

   Tal determinada espécie de conhecimento coincidentemente entraria novamente na vida de Spare quando mais tarde ele fora iniciado na Aurora Dourada e no pensamento de Thelema de Crowley.
   Conta-se que Spare só veio a aceitar de fato a revelação de “Líber AL” no fim de sua vida, mas Grant também nos revela que em certa fase de sua vida, Spare esteve totalmente devotado em fazer contato com seres alienígenas, buscando para isso os meio adequados.

   E esses meio segundo Grant, se revelam além dos grimórios que são cada uma de suas obras de arte e sigilos, mas também, e principalmente como sendo através da “Postura de Morte” como uma espécie de meio mediúnico para o contato interrealidades, uma forma de levar a consciência às plataformas de lançamento cósmicas para alcançar seres dispostos ao contato com os homens.

   Dois parênteses:

   Primeiro, tais espécies de contatos a nível mediúnico, de forma mais tradicional, foram mais tarde efetuados com sucesso também pelo dito Grupo Rama nos Andes para contatar alienígenas e programar então avistamentos e até contatos do terceiro grau também.

   E segundo, em plena atividade nos dias de hoje, Michael Bertiaux, sacerdote Voodoo, identificou e em contatou, usando das mais diversas tecnologias mágickas-mediúnicas, os chamados Voltigeurs, seres esses que são caracterizados como reptilianos que saltam de mundo em mundo e que abarcam uma mística da lua.

   Parece-nos então que Austin Osman Spare foi um vetor muito especial de contatos com aliens, e seu Culto de Zos Kia então não poderia deixar de ser também um poderoso vortex que converge para si os portais de contato yóguicos da flexão da carne e da mente, uma espécie de crença astral e para o astral.

   Com a influência Ameríndia através da Anciã Paterson e a influência Sumeriana via Aleister Crowley e Thelema, onde talvez o ponto de convergência seja não só o Necronomicon, mas também a própria ancestralidade humana neste mundo, que Spare explorou através da flexão dos atavismos, onde se pode perceber um verdadeiro rememoramento de “nomes mortos”.

   Então, do Oriente provém a Tradição Sumeriana via a síntese abrangente de Thelema, do Ocidente os eflúvios dos Mitos de Cthulhu, no meio de tudo isso o Greenwich de Zos Kia Cultus: a corrente xamânica que leva direto aos Alienígenas que sempre estiveram próximos ao seres humanos, em corpo, alma & Discos Voadores.

   De todas estas escassas aproximações e fantásticos desdobramentos, a mente recua, mas as cartas estão na mesa. Anjos, Demônios ou  Alienígenas, Inteligências Praeters-humanas, irradiações do subconsciente ou radiação do espaço sideral. Código Morse das estrelas refletida no DNA. Homens possuídos por deuses usando tecnologia e irremediando a realidade com vislumbres de outros mundo incapazes de habitarmos por simples leis físicas... Nikola Tesla pisou neste mundo... Heinrich Reich pisou nestas terras, Albert Einstein viveu aqui...

   Austin Osman Spare habitou aqui e lá, mas não viveu nem por isto e nem por aquilo. Ele traficou interrealidades através de uma arte alienígena a tudo, pois concretizou em caos e tinta sentimentos que não poderiam nunca coabitar com os homens sem pedir o pagamento do engrandecimento da visão humana que tem do vislumbre que é estar-aqui e do que está lá. A Ciência de mais baixa tecnologia que poderia haver abriu todos os canais de comunicação que poderiam existir com o Além/Alien, e essa ciência foi Arte, a expressão mais ferrenha e sem mentiras que possamos juntos fluir do Zos Kia Cultus.



4 de abr. de 2012

PROTOSARKIA 2012 - O Cultus


“...Ortoga-nos a Nova Carne: Protosarkia.

Encarnação d’Aquele que todavia não

possui natureza...” (Evocação de Alogos)

O Cultus 2012 é antes de tudo uma crença astral & ocultista que visa preparar-nos para a crise psíco-física-espiritual que atingirá seu ápice no final do ano de 2012 e.v.

O Cultus carrega em seu estofo prático-teórico o conhecimento ancestral de todo o Ocultismo ao longo da História da humanidade. Tal conhecimento serve para interpretar e arregimentar psicologicamente os acontecimentos que estão por vir e assim prover a possibilidade de uma sobrevivência do que venha a ser a dita consciência humana, pelo menos.

Os eventos que estão para se desenrolar no ano de 2012 não são só de cunho material, mas são também reflexos interpenetrantes de uma realidade espiritual também.

O que mais se aproxima de uma elucidação da visão de interpenetração material-espiritual são as interpretações cientificas da realidade chamada Hiperfísica (o que seria uma espécie de Metafísica sem religião, vide Grichka & Igor Bogdanov, Danah Zohar entre outros) assim como o pensamento próximo a esse nomeado de Metarrealismo. No âmbito espiritualista o que revela essa aproximação é o saber ocultista. Tais interpretações servem para o parco entendimento de tal realidade como ela realmente é em sua essência e que só agora a humanidade vislumbra através da Física Quântica e que está para ser superada.

Por sua vez, as “revelações” cientificas sobre o que está por vir nos próximos anos, até 2012, estão por aí expostas em diversos livros, matérias de revistas que relatam tais descobertas e evidências irrefutáveis.

No lado espiritual ou espiritualista, as predições também pululam. O fato importante, e raro, é que ambas as fontes convergem, e convergindo se tornam propensas a serem unas, o que se mostra como um fato poucas vezes antes vistos como dito, tendo lugar importantíssimo na psique humana, assim como de todo o Planeta Terra, ser vivo que é.

A Ciência é a resposta da Natureza (fonte material) às indagações do ser humano. O Ocultismo são as respostas do Oculto (fonte imaterial) aos questionamentos e procuras humanas nesse sentido.

Essa grande convergência mostra (mais uma vez) que matéria e espírito são complementares e interpenetrantes, e os eventos de 2012 irão demonstrar isso de uma vez por toda, e de uma forma que isso crave definitivamente na consciência humana.

Termos de aprender isso, de forma tão forte como o será, somente demonstra o rumo que a humanidade converteu seu futuro em tragédia, isso pelas escolhas de uma minoria egoísta e violenta e de uma maioria desinformada e preguiçosa. O Lobo & as Ovelhas.

O Cultus se propõe então a ser uma espécie de “síntese”, conduzindo o saber esotérico rumo a uma interpretação cientifica dos “por quês” dos acontecimentos. Isso não é uma empreitada nova, já vêm sendo tentada em outras frentes, foi o que se propôs p.ex. a corrente chamada Thelêmica, mas não, publicamente que saibamos, a respeito de 2012.

Nossa síntese é, pois uma síntese 93 também. Ela mergulha buscando destilar da ciência a clareza factual da realidade, do oculto a obscuridade indicativa do sagrado mistério do Universo, porque o que espera a humanidade é o seu destino: aquele que a natureza já havia ordenado no tempo certo de tudo, e aquele que o ser humano criou, desordenando.

Existem problemas fundamentais que essa humanidade ainda não resolveu, não tornou sócio-cultural; como questões fundantes e fundamentais que a humanidade em sua busca por prazer e conforto deixou de lado... Problemas tais como a fundamentalidade do Tempo; a concretude do Pensar; a dimensão total do que é Existir; o que é Ser; qual a integração do Outro, o que é Estar Aqui; o que é Aqui; o que é a Morte...

Muito provavelmente Tempo e Ser são as duas questões mais importantes, que resumem todas as outras e com a qual a humanidade vêm brincando de procurar resposta a cerca de 3000 anos, e a resposta correta a essas questões só podem ser propiciadas correta e integralmente pela Ciência e pelo Ocultismo. O que com certeza podemos adiantar que a síntese disso seria o Amor & a Vontade, harmonizados.

Mas o que O Cultus se propõe aplicar é em assuntos mais específicos, não deixando, porém de captar toda essa abrangência cientifica e ocultista. Não deixemos fora de vista nossa proposta de síntese!

O Cultus busca então a disponibilização e a intelecção de um conhecimento que deve levar o ser humano à um degrau acima. E para que? Para que daí ele possa para de se prejudicar e prejudicar toda a Natureza. Para que o ser humano ocupe seu devido lugar na grande configuração natural do Planeta e do Universo.

Para se chegar a isso deve-se primeiro pensar corretamente, sabendo o porque do edifício humano do pensamento ser como é, entender os sistemas sócio-culturais, suas verdadeiras bases, seus processos de inferências e então descondicionar os indivíduos fazendo deles mais do que indivíduos então.

O ano de 2012 será um ponto do Tempo e do Espaço muito especial. Será um ponto imensamente especial para o Ser também.

Porque para além dos eventos naturais previstos, se desenrola um evento de cunho espiritual de importância tão grande também como os eventos naturais.

Aquilo que a Ciência prediz, calcula e especula para 2012 já é público, muita coisa evidenciada, outras apenas teorias, mas tudo com fundamento. Já no campo esotérico, apesar de muito o que se especula, revela-se de pesquisas sobre os Maias e de toda a verdadeira filosofia desenrolada daí, a profundidade real desse poço ainda é desconhecida em sua totalidade.

A verdade sobre 2012 é inferida por vários segmentos, mas O Cultus adentrou nesses mistérios mais do que ninguém. E como fez isso? Analise & Síntese; busca ocultista através de artes visionárias, yoga, sonhos divinatórios, mirações da ayahuasca, mediunidade, inspiração & estudo, muito estudo.

E o que O Cultus ensina sobre 2012?

Existe uma experiência, conduzida por indivíduos que são iniciados em círculos ocultista (ou não), chamada de Travessia do Abismo de Däath. Essa experiência é o ato decisivo do iniciado, do buscado, em sua procura pela real sabedoria da existência, atravessar esse abismo é quando ele se desfaz das ilusões do ego e mira o foco de suas forças para a consecução de ser um com o Todo. Isso é tanto uma experiência subjetiva, como também se evidência na vida cotidiana do buscador de conhecimento. Tal factualidade é reproduzida com diversos nomes em diversas tradições ocultista e religiosas e está onde muitas vezes lemos sobre Nirvana, Bardo, Noite Escura da Alma, e sua presença se evidência fortemente nas tradições xamânica, judaica, umbandista, budista, ayahuasqueira, etc...

Então será esse processo que se dará, só que com toda a humanidade, de uma vez só, em massa a atravessar o Abismo... Em 2012, através dos cismas naturais, do posicionamento planetário e de outros fatores espirituais, a humanidade cruzará definitivamente o Abismo de Däath.

Tal evento se dará em determinado dia e hora, cada pessoas fará então uma espécie de “prova do vestibular” da maturidade humana. O que de fato se dará pode ser intuído no estudo dos relatos das ordálias de diversos iniciados durante os aeons.

De forma sucinta aqui podemos atentar ao fato que assim como quem vivência tal experiência e consegue cruzar o abismo e despertar, esse se torna Um com o Universo, um Iluminado, um Pandith. Por outro lado, aquele que falha e se nega à dissolver o ego (dizem ser chamado Irmãos Negros esses) e que depois de sua morte, seus espíritos se diluem no nada do que seja o inferno, que já começara desde então da falha, em vida.

Essa transição se dando em massa propõe que a Raça faça a travessia então. Entretanto a travessia é da raça humana em geral, mas cada indivíduo responde por si, dentro de suas próprias forças e capacidades. Os que falharem nessa travessia acredita-se que de uma forma ou de outra deixarão esse mundo ou esse plano de realidade. Não é novidade dentro da doutrina Espírita uma purgação onde os “maus” irão imediatamente para outro planeta, e é desse fato que provavelmente falamos.

A perturbação no plano psico-físico será tal em 2012, seu ápice, que o ser humano adentrará em uma realidade também perturbadora, realidade está edificada pela sua própria mente. Então todas as mentes humanas do planeta estarão quantificadas por estados naturais nunca antes vivenciados, e antevistos apenas por iniciados, individualmente, em suas mirações de iluminação. Talvez como raça, em outros tempos, os Atlantes presenciaram tais eventos, passando sua herança mnemônica à Sumérios, Egípcios Gregos e Maias, e deles para nós...

Para se entender melhor o que se dará no dito evento, podemos interpelar pelo que será o depois, e assim vislumbrarmos melhor o processo que se desencadeará então. O que advirá dessa Travessia será um outro mundo, um mundo diferente geograficamente, sim, mas um mundo que poderá ser caracterizado em sua relação para com o ser humano, como um mundo de... Silêncio.

O que subsistirá às ordálias do Fim do Tempo será o herdeiro do silêncio, e esse será um mundo de silêncio de restituição para com todos os planos. Restituição é o “acerto de contas” da Natureza e do Espírito para com a desarmonia criada pela humanidade através de suas crenças, filosofias e tecnologia ao longo do atual aeon.

O ser humano preparado para a travessia se tornará do outro lado um ser simples, não mais anti-natural como o é agora, mas será então super-natural, seres originais e autênticos em sua essência, restabelecido finalmente na função que o Universo o imbuiu no rol natural das coisas,

Tornaremos-nos então verdadeiramente como árvores que caminham sobre a face de um novo mundo, de quietude-mor.

Preparar-se para isso já é ir se descondicionando do que é ser entre os homens hoje. O Cultus promove esses descondicionamentos através de práticas yogícas e mágickas que servem tão quão só para nos preparar para morrer, antecipar a morte e nos tornar livres para o Abismo então, e a ele cruzar.

Essas práticas são relatadas com o nome de “Postura da Morte” e pode-se dela ter explicação principalmente no livro chamado “The Book of Pleasure” (O Livro do Prazer) de Austin Osman Spare, este e demais escritos do referido autor são o coronário no qual se baseia os ensinamentos d’O Cultus.



Seguidores